Emergência Indígena

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Quando o mundo foi obrigado a parar, mas a luta não

Em março de 2020, a pandemia de Covid-19 paralisou o mundo. No Brasil, os povos indígenas enfrentaram uma dupla ameaça: o vírus que avançava pelos territórios e a política de morte do governo Bolsonaro, que estimulava invasões, negava assistência e manipulava dados oficiais. Foi nesse cenário que a Proteja foi chamada para apoiar a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) na construção de uma resposta emergencial que unisse sobrevivência e luta política: nascia a campanha Emergência Indígena.

Nosso trabalho foi organizar, em poucas semanas, uma estrutura de comunicação capaz de denunciar o genocídio em curso, combater a desinformação e mobilizar apoios concretos. Inspiradas pela metodologia “O Chão que Pisamos”, que já vínhamos aplicando em outros territórios, criamos um sistema de monitoramento independente que revelou a subnotificação de casos e mortes por Covid-19 entre os povos indígenas, ao mesmo tempo em que registrava violações de direitos, invasões de terras e ameaças a lideranças.

A nossa atuação se deu em dois tempos. Primeiro, a ação emergencial: organizar fluxos seguros de denúncias, protocolos simples de checagem, produção ágil de informativos, cartilhas, vídeos, lives e cards para orientar a prevenção. Também reformulamos o site da APIB e criamos a plataforma Emergência Indígena, que se tornou referência para informações confiáveis sobre Covid-19 e povos indígenas. Em paralelo, construímos a estratégia de incidência: transformar dados e relatos em pressão política, campanhas públicas, mobilização de recursos e sustentação de ações jurídicas.

As ações de comunicação mobilizaram doações que se converteram em alimentos, EPIs, oxímetros, apoio logístico e acesso à internet. A estratégia jurídica, apoiada pelos dados coletados, garantiu decisões judiciais obrigando o governo a adotar medidas específicas de proteção.

A comunicação cumpriu três papéis fundamentais: salvar vidas, denunciar crimes e guardar memória. “Não são números, são vidas”. Acesse e conheça a luta do movimento indígena e da APIB durante a pandemia

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