Em 2024, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) deu um passo estratégico na luta contra a crise climática: o lançamento da campanha “A Resposta Somos Nós”. Construída com apoio da Proteja, a iniciativa nasce da compreensão de que os povos indígenas não são apenas vítimas da destruição ambiental, mas protagonistas na defesa da floresta e na construção de alternativas reais para enfrentar a emergência climática.
O processo de criação da campanha foi coletivo e planejado em etapas. A Proteja apoiou desde a elaboração metodológica, passando por oficinas de alinhamento, até a sistematização de peças e narrativas. O ponto de partida foi o reconhecimento de que a comunicação indígena precisa disputar a centralidade do debate climático, rompendo com visões que invisibilizam as comunidades ou reduzem sua contribuição a discursos folclorizados.
O plano da campanha definiu eixos centrais:
- Denúncia: evidenciar o avanço do desmatamento, das queimadas e dos grandes projetos que impactam diretamente os territórios.
- Protagonismo: afirmar os povos indígenas como guardiões da Amazônia e como referência para a construção de políticas de justiça climática.
- Mobilização: engajar aliados e sociedade em ações concretas de solidariedade e pressão política.
- Formação: produzir materiais que possam ser utilizados em espaços de aprendizagem comunitária e incidência pública.
Além de peças gráficas e audiovisuais, o plano prevê ações em redes sociais, articulações com imprensa e a presença em espaços internacionais de debate climático. A comunicação foi pensada como campanha permanente, capaz de dialogar tanto com as urgências locais quanto com o contexto global da COP30.
Para a COIAB, “A Resposta Somos Nós” é mais que um slogan: é a afirmação de que enfrentar a crise climática passa por ouvir, respeitar e seguir a liderança dos povos indígenas. Para a Proteja, estar nesse processo é reafirmar que a comunicação é, acima de tudo, uma ferramenta política de luta e de futuro.