Povos do Maranhão e a Comunicação

1º Encontro Estratégico de Comunicação da COAPIMA
Poronga Mandúa

Fortalecendo O 1º encontro de indígenas jornalistas do Brasil.
Formação Política

A conjuntura da indústria elétrica nacional e os projetos hidrelétricos planejados para Mato Grosso
Ação Climática Rumo à COP30

Participação da proteja no encontro do ICS
APIB somos nós

Encontro estratégico de comunicação da APIB 2025
Monitoramento Territorial

Oficina de informação georreferenciada com projeto Rede Floresta
Planejamento COIAB 2025-26

Contribuição para o fortalecimento da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira
Univaja em luta

Encontro estratégico da comunicação da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari
Resistência do Povo Munduruku do Baixo Teles Pires

Fortalecimento da autonomia e estrutura da organização Dace e ampliação de suas capacidades institucionais
O futuro se faz em luta

Nosso lema expressa uma convicção: o futuro não está dado, ele se constrói em luta. Não há conquistas sem resistência, nem transformação sem organização. Povos indígenas, quilombolas, camponeses, trabalhadores, mulheres, LGBTQIAP+ e comunidades periféricas enfrentam há séculos a colonização, a exploração e a imposição de modelos excludentes. A luta é a afirmação de suas formas de vida, a defesa dos territórios e a construção de alternativas ao sistema que nos impõe desigualdade e destruição. A história nos ensina que nenhuma conquista foi concedida, mas arrancada por aqueles que ousaram se organizar. Cabanagem e Canudos seguem vivos, pois nossa história é feita da resistência dos povos que sempre se levantaram contra a opressão, criando experiências revolucionárias que, mesmo reprimidas, seguem vivas na memória e na organização popular. Como ensinam os zapatistas, lutar não é apenas enfrentar o sistema, mas também construir novas possibilidades de mundo. Como disse Che Guevara, “Se o presente é de luta, o futuro nos pertence.” A escolha do lema “O Futuro se Faz em Luta” se alinha a uma compreensão política que reconhece a necessidade de organização, estratégia e ação coletiva na disputa pelo futuro. Em “Que Fazer?”, Lênin nos alerta para a urgência de transformar indignação e resistência em força política organizada, combatendo o espontaneísmo e fortalecendo a consciência revolucionária. A luta não pode ser apenas reação às crises impostas pelo sistema, mas um processo contínuo de construção de alternativas e fortalecimento das organizações populares. O enfrentamento ao capitalismo exige mais do que respostas imediatas; é preciso consolidar estruturas autônomas, formar politicamente as bases e ampliar a capacidade de incidência dos movimentos. No marco da construção do nosso lema está também o debate sobre as emergências do clima. Em 2025, o Brasil sediará a Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP 30), prevista para acontecer na Amazônia. Mas quem realmente bota fé que um megaevento desse porte trará mudanças concretas? Não podemos ficar à mercê de negociações vazias e soluções de mercado que apenas reforçam a lógica da exploração. As respostas já existem e estão nos territórios vivos, na sabedoria popular e nas práticas ancestrais que garantem a continuidade da vida. A crise climática não é um acidente, mas um resultado direto da lógica predatória do capitalismo. O desmatamento, a contaminação das águas e a destruição dos ecossistemas não são falhas do sistema, mas condições necessárias para sua manutenção. Enquanto o futuro é saqueado no presente, os impactos desse colapso recaem principalmente sobre os povos que há séculos protegem a terra e sustentam modos de vida que não cabem na lógica da mercantilização. Diante desse cenário, não esperamos que cúpulas internacionais resolvam o problema que elas mesmas alimentam. A verdadeira resposta está nas comunidades indígenas, quilombolas, camponesas e periféricas, que resistem diariamente, defendem seus territórios e cultivam alternativas concretas. A luta climática não pode ser separada da luta por terra e território, pois proteger o futuro significa fortalecer a organização popular e romper com o modelo de destruição imposto pelo capital. Demarcar terras indígenas, fazer reforma agrária popular, titular territórios quilombolas e garantir moradia digna para as pessoas é a principal forma de enfrentar as crises climáticas. O MST expressa essa compreensão da luta como um processo de vida. Lutar pela terra não é apenas uma questão de acesso à propriedade, mas um compromisso com a reforma agrária popular, a agroecologia, a educação e a soberania alimentar. A terra não é um bem a ser conquistado individualmente, mas um território de vida coletiva. A escolha do nosso lema carrega ainda mais força porque 2025 marca o centenário de Elizabeth Teixeira, a mulher marcada para viver, um símbolo de resistência camponesa. Sua trajetória nos ensina que lutar é também um compromisso com aqueles que vieram antes de nós e com os que virão depois. Assim como Elizabeth manteve viva a memória de João Pedro Teixeira e das Ligas Camponesas, nós seguimos fortalecendo as lutas do presente para garantir a continuidade da resistência. Por tudo isso, reafirmamos: O FUTURO SE FAZ EM LUTA. A luta é um processo de vida constante. Ela se manifesta na resistência cotidiana e na radicalidade da esperança, na força dos que se organizam e na persistência dos que sabem que outro mundo não apenas é possível, mas já está sendo construído. Seguiremos firmes na missão de fortalecer as lutas populares por terra e território, ao lado de movimentos, grupos e coletivos dos campos e das cidades. Porque a luta não é só um meio, é o próprio caminho para construir o mundo que queremos.